Cia Soma na Revista de Dança!
RETRATO
Redigida em: 07/05/2012
Dos brincantes para o mundo
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
A companhia Soma foi criada por Marina Adib e Maria Eugenia Almeida, respectivamente filha e nora de Antonio Nóbrega
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
A dupla costuma dizer que veio por caminhos diferentes, mas se encontrou num ponto comum
Por Ana K. Rodrigues
Donas de uma linguagem que une as tradições culturais brasileiras a técnicas clássicas e ao circo, a Companhia Soma faz sua primeira turnê internacional A parceria entre Marina Adib e Maria Eugenia Almeida está cada vez mais forte. Em paralelo ao trabalho que ambas desenvolvem nos espetáculos do multiartista e especialista em cultura popular Antonio Nóbrega, pai de Maria Eugênia e sogro de Marina, a dupla montou sua própria companhia. A Soma vem dando continuidade a uma pesquisa que une técnicas clássicas, circenses e de danças tradicionais brasileiras, como o batuque da umbigada, mergulhão e o cavalo-marinho. As bailarinas estão em sua primeira turnê internacional e passarão sete meses entre aulas e festivais por seis países europeus.
A dupla costuma dizer que veio por caminhos diferentes, mas se encontrou num ponto comum. Maria Eugenia começou a dançar aos sete anos, acompanhando seus pais nas viagens de pesquisa pelo Brasil. Aos 18 passou a frequentar aulas de balé, consciência corporal e danças étnicas. O início de Marina foi por meio do balé, aos seis anos, seguido pela ginástica olímpica, à qual se dedicou até os treze. Depois desse período passou a ter aulas de danças populares
no Instituto Brincante, centro cultural de Nóbrega, em São Paulo. Ali se conheceram e começaram uma grandeamizade, que daria origem a uma rica troca criativa.
O trabalho que ambas desenvolviam nos espetáculos de Antonio Nóbrega deu impulso para desenvolverem suas próprias criações e elaborar um repertório próprio com a Soma. Uma mostra desse processo está no espetáculo Mira, de 2009, que ganhou o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e foi um ponto de partida para o tipo de projeto que Marina e Maria Eugênia pretendem continuar criando. "A palavra "mira" traduz exatamente isso: é um alvo, uma intenção, um ponto de referência no qual se deseja chegar, e ao mesmo tempo em tupi significa povo, nação. Um chão para nós", explica Marina.
A turnê europeia começou no início de abril no Festival de Forró de Paris, onde se apresentaram e ministraram um workshop de danças brasileiras. Em meio a alunos de diversas partes do mundo, as bailarinas se surpreenderam com a receptividade e em reconhecer que existe um caráter universal unindo as mais diversas artes populares. "Surpreendeu-nos muito chegar à Europa e ver o quanto as pessoas podem se identificar com essas danças. Uma das meninas que fez a nossa oficina se espantou quando ouviu a música do cavalo-marinho,
O trabalho que ambas desenvolviam nos espetáculos de Antonio Nóbrega deu impulso para desenvolverem suas próprias criações e elaborar um repertório próprio com a Soma. Uma mostra desse processo está no espetáculo Mira, de 2009, que ganhou o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e foi um ponto de partida para o tipo de projeto que Marina e Maria Eugênia pretendem continuar criando. "A palavra "mira" traduz exatamente isso: é um alvo, uma intenção, um ponto de referência no qual se deseja chegar, e ao mesmo tempo em tupi significa povo, nação. Um chão para nós", explica Marina.
A turnê europeia começou no início de abril no Festival de Forró de Paris, onde se apresentaram e ministraram um workshop de danças brasileiras. Em meio a alunos de diversas partes do mundo, as bailarinas se surpreenderam com a receptividade e em reconhecer que existe um caráter universal unindo as mais diversas artes populares. "Surpreendeu-nos muito chegar à Europa e ver o quanto as pessoas podem se identificar com essas danças. Uma das meninas que fez a nossa oficina se espantou quando ouviu a música do cavalo-marinho,
porque disse que se parecia muito com uma manifestação da sua cidade, no sul da França. Assim como outra mulher nos mostrou alguns passos de uma das danças das Antilhas que era igual aos do caboclinho", revelam.
O grande desafio da Soma é tornar conhecidas essas tradições, seja na Europa ou mesmo no Brasil, onde ainda poucas pessoas já tiveram contato com algumas das manifestações que fazem parte do repertório da companhia. Ao mesmo tempo, ambas desejam conhecer elementos que acrescentem novas texturas a seu trabalho autoral. "Esperamos ter contato com técnicas que quando chegam ao Brasil já vêm como uma releitura. Gostaríamos de fazer a nossa. De entrar em contato com formas diferentes e ver o quanto isso pode dialogar com a nossa metodologia", refletem.
Maria Eugênia e Marina ficarão no continente europeu até o final de outubro. Entre abril e julho permanecerão entre Paris e Londres, onde darão cursos e farão apresentações. Depois disso seguem para os festivais de verão entre Espanha, Áustria, Dinamarca e Alemanha. Voltam para Paris em setembro, onde se apresentarão na Maison du Brésil. Na volta, pretendem unir os novos conhecimentos por meio de oficinas de dança e pela criação de um novo espetáculo da Soma.
O grande desafio da Soma é tornar conhecidas essas tradições, seja na Europa ou mesmo no Brasil, onde ainda poucas pessoas já tiveram contato com algumas das manifestações que fazem parte do repertório da companhia. Ao mesmo tempo, ambas desejam conhecer elementos que acrescentem novas texturas a seu trabalho autoral. "Esperamos ter contato com técnicas que quando chegam ao Brasil já vêm como uma releitura. Gostaríamos de fazer a nossa. De entrar em contato com formas diferentes e ver o quanto isso pode dialogar com a nossa metodologia", refletem.
Maria Eugênia e Marina ficarão no continente europeu até o final de outubro. Entre abril e julho permanecerão entre Paris e Londres, onde darão cursos e farão apresentações. Depois disso seguem para os festivais de verão entre Espanha, Áustria, Dinamarca e Alemanha. Voltam para Paris em setembro, onde se apresentarão na Maison du Brésil. Na volta, pretendem unir os novos conhecimentos por meio de oficinas de dança e pela criação de um novo espetáculo da Soma.
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
O trabalho que a dupla desenvolvia nos espetáculos de Nóbrega fez com que elas desenvolvessem as próprias criações
http://www.revistadedanca.com.br/retrato.php?id=12
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
A turnê europeia começou no início de abril no Festival de Forró de Paris
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