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FRANÇA - SAÍDA À FRANCESA

Com um delicado chute o país da bota nos laçou ao país das luzes. Termas, lago, museus e parque de diversões fecharam com muito carinho nossos últimos dias de Itália. E tão pouco a França ficou para trás, Aix-en-Provence nos recebeu com toda a sua elegância. Após a diversidade de lugares e situações em que nos apresentamos ao longo da viagem, fechamos o ciclo no bonito teatro de arena da Cite du Livre. Camarim, luzes e acentos se tornaram um luxo para nós...
Tão especial quanto a apresentação e a oficina que realizamos foi o encontro com artistas brasileiros. Nos identificamos não só pelo olhar 'a arte como pelo olhar ao mundo, a esse belo contraste entre o despojado e o polido.

Durante a apresentação que seria a última da nossa turnê contamos ao público sobre nossa pequena epopéia que então completava exatos dois meses. Contamos que ai longo desse período dançamos nos mais variados espaços e contextos o que exigiu de nós a agilidade de elaborar o roteiro da apresentação ali mesmo, poucos minutos antes de começar. E naquela ocasião não foi diferente, ao chegarmos em Aix formulamos um roteiro, no entanto vendo o show da noite anterior reformulamos tudo.

Como conclusão da jornada oferecemos ao público um pouco de tudo que havíamos feito até ali, o que acabou por se tornar uma retrospectiva da nossa pesquisa com a dança. Demonstramos inicialmente as danças tradicionais com seus passos em seus respectivos ritmos, em seguida um primeiro resultado coreográfico a partir da junção com outras técnicas de dança, e por fim um extenso improviso que, envolvendo já um aspecto teatral, era feito através dos personagens que cada uma desenvolveu para o novo espetáculo. Este último o mais instigante.

De volta ao trem, do trem ao metro, e no metro as inesquecíveis escadas subterrâneas de Paris... Finais de viagem sempre exigem mais força, seja por carregar o cansaço da jornada ou seja para carregar o peso a mais das malas que aqui e ali vão ganhando uns voluminhos. Mas há sempre pique para bater perna, Palácio de Versailles, Louvre, D'Orsay, Orangerie; e bater passos, realizamos duas oficinas a princípio encaradas com leve preguiça mas findadas com forte entusiasmo.

A despedida é silenciosa, discreta não pela preguiça dos comprimentos e sim pela certeza de que o reencontro não tardará, fica em nós o desejo de que toda essa jornada nos dê um belo chute que propicie o avanço do nosso trabalho no Brasil e que esse seja sempre bem iluminado.

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