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LONDRES - Homenagem a loucura

Num lindo domingo estávamos nós na London School of Samba para ensinar um tal de frevo e caboclinho.

Quando entramos na sala ensolarada tinha já e apenas um homem. Pronto. E logo nos alertaram que ele era o "louquinho" da escola.

Do início ao fim ele foi o primeiro da fila, dançando mais do que todos, até não poder mais. Pegava os passos muito rápido e dançava do seu jeito, bem particular. Chegou até a nos remeter a um autêntico passista de frevo, desses que a barriga e a pele corada chegam antes que a dança; que a flacidez e a inabilidade nao impedem de dançar com a sua particularidade extravagante!

E foi assim… no fim da aula ele veio conversar, e falava coisas tão inesperadas que uma de nós chegou a achar que não estava entendendo direito o inglês. Então ele repetiu tudo em espanhol. 

Disse que aprendia os passos das danças mas quando ia procurá-las no youtube percebia que era tudo muito diferente, porque nos vídeos ele via que cada um fazia aquele suposto passo de maneiras muito particulares e consequentemente diferentes, e que ele chegava a ter dificuldade de identificar os passos. E que além disso ele percebia que era possível pegar um passo de um certo ritmo e usá-lo em outros ritmos, sempre adequando-os as novas bases musicais.

E com tudo isso ele percebia o quanto era difícil fazer essas coisas que ele via nos vídeos. Que era preciso ser um profissional para conseguir. Mas que era exactamente isso que ele gostava!

Sim! E na rápida e simples explanação ele sem querer ou querendo falou do nosso trabalho.

E terminou cantando em portugues um pedaço de um samba que dizia que a dança era seu vício, a dança era a sua filosofia.

Quem dera se fossemos todos loucos! 



London London


Após três semanas de solidão, desespero, incompletude por ficarem as Más Sós, voltamos a ser SóMa, together!!
Nunca imaginamos que poucas semanas nos renderiam tantas “conversas de cobertor” - aquelas em que ficamos até tarde na cama dissecando o mundo, compreendendo e reinventando-o em nossas cabeças. Não imaginávamos que um “curto” espaço de tempo  poderia significar tantas novidades com tantas experiências diferentes.

Agora em London seguimos fazendo aulas, dando workshops, nos apresentando, sempre dançando...

Mais de um mês se passou e com tantas novas experiências sentimos já estarmos há muito longe do Brasil, essa distância no entanto a cada vez que aumenta   simultaneamente nos aproxima de nosso tão amado país. 

MATÉRIA - Revista de Dança

Para quem quer saber um pouco mais sobre a Cia e o tour Europa...
Cia Soma na Revista de Dança!











RETRATO
Redigida em: 07/05/2012

Dos brincantes para o mundo

Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
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A companhia Soma foi criada por Marina Adib e Maria Eugenia Almeida, respectivamente filha e nora de Antonio Nóbrega
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
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A dupla costuma dizer que veio por caminhos diferentes, mas se encontrou num ponto comum
 
Por Ana K. Rodrigues
Donas de uma linguagem que une as tradições culturais brasileiras a técnicas clássicas e ao circo, a Companhia Soma faz sua primeira turnê internacional 

A parceria entre Marina Adib e Maria Eugenia Almeida está cada vez mais forte. Em paralelo ao trabalho que ambas desenvolvem nos espetáculos do multiartista e especialista em cultura popular Antonio Nóbrega, pai de Maria Eugênia e sogro de Marina, a dupla montou sua própria companhia. A Soma vem dando continuidade a uma pesquisa que une técnicas clássicas, circenses e de danças tradicionais brasileiras, como o batuque da umbigada, mergulhão e o cavalo-marinho. As bailarinas estão em sua primeira turnê internacional e passarão sete meses entre aulas e festivais por seis países europeus.

A dupla costuma dizer que veio por caminhos diferentes, mas se encontrou num ponto comum. Maria Eugenia começou a dançar aos sete anos, acompanhando seus pais nas viagens de pesquisa pelo Brasil. Aos 18 passou a frequentar aulas de balé, consciência corporal e danças étnicas. O início de Marina foi por meio do balé, aos seis anos, seguido pela ginástica olímpica, à qual se dedicou até os treze. Depois desse período passou a ter aulas de danças populares
no Instituto Brincante, centro cultural de Nóbrega, em São Paulo. Ali se conheceram e começaram uma grandeamizade, que daria origem a uma rica troca criativa. 

O trabalho que ambas desenvolviam nos espetáculos de Antonio Nóbrega deu impulso para desenvolverem suas próprias criações e elaborar um repertório próprio com a Soma. Uma mostra desse processo está no espetáculo Mira, de 2009, que ganhou o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e foi um ponto de partida para o tipo de projeto que Marina e Maria Eugênia pretendem continuar criando. "A palavra "mira" traduz exatamente isso: é um alvo, uma intenção, um ponto de referência no qual se deseja chegar, e ao mesmo tempo em tupi significa povo, nação. Um chão para nós", explica Marina.

A turnê europeia começou no início de abril no Festival de Forró de Paris, onde se apresentaram e ministraram um workshop de danças brasileiras. Em meio a alunos de diversas partes do mundo, as bailarinas se surpreenderam com a receptividade e em reconhecer que existe um caráter universal unindo as mais diversas artes populares. "Surpreendeu-nos muito chegar à Europa e ver o quanto as pessoas podem se identificar com essas danças. Uma das meninas que fez a nossa oficina se espantou quando ouviu a música do cavalo-marinho,
porque disse que se parecia muito com uma manifestação da sua cidade, no sul da França. Assim como outra mulher nos mostrou alguns passos de uma das danças das Antilhas que era igual aos do caboclinho", revelam.

O grande desafio da Soma é tornar conhecidas essas tradições, seja na Europa ou mesmo no Brasil, onde ainda poucas pessoas já tiveram contato com algumas das manifestações que fazem parte do repertório da companhia. Ao mesmo tempo, ambas desejam conhecer elementos que acrescentem novas texturas a seu trabalho autoral. "Esperamos ter contato com técnicas que quando chegam ao Brasil já vêm como uma releitura. Gostaríamos de fazer a nossa. De entrar em contato com formas diferentes e ver o quanto isso pode dialogar com a nossa metodologia", refletem.

Maria Eugênia e Marina ficarão no continente europeu até o final de outubro. Entre abril e julho permanecerão entre Paris e Londres, onde darão cursos e farão apresentações. Depois disso seguem para os festivais de verão entre Espanha, Áustria, Dinamarca e Alemanha. Voltam para Paris em setembro, onde se apresentarão na Maison du Brésil. Na volta, pretendem unir os novos conhecimentos por meio de oficinas de dança e pela criação de um novo espetáculo da Soma.
 
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
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O trabalho que a dupla desenvolvia nos espetáculos de  Nóbrega fez com que elas desenvolvessem as próprias criações


http://www.revistadedanca.com.br/retrato.php?id=12
Foto: Silvia Machado/Companhia Soma
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A turnê europeia começou no início de abril no Festival de Forró de Paris





PARIS - Fotos

Agora sim podemos compartilhar com vocês fotos profissionais do Festival de Forro! Na verdade, por enquanto  para quem tem Facebook, mas como os dados dizem que hoje chegam a 900 milhões o número de usuários, talvez isso não seja um grande problema.


Obrigada Thiago e Marion pela acolhida! E parabéns pela iniciativa do festival!
Obrigada Fernanda por nos ter colocado em contato com todo esse povo!
E obrigada Xavier pelas fotos!!!


http://www.facebook.com/pages/Ai-Que-Bom-Festival-Forró-de-Paris/266699950026605?sk=photos